Mar ~ Marionetas | Festival Internacional de Marionetas de Espinho

Mar ~ Marionetas | Festival Internacional de Marionetas de Espinho

Mar~Marionetas - Festival Internacional de Marionetas de Espinho 2025


O pescador d'Ouro [ ESPETÁCULO ]


18 MAI 11h30 . DOMINGOAuditório de Espinho – Academia
O pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'OuroO pescador d'Ouro

O pescador d'Ouro

Numa aldeia de pescadores, encostada à margem norte do rio, a noite fervilhava. As mãos fortes dos pescadores puxam as redes. As mulheres correm para as margens do rio, para carregar os cestos de peixe.

Nesta terra um homem tinha mãos de ouro, era aquele que mais pescava, era aquele que mais sorte tinha. Quim, um homem comum, mas de espírito indomável, enfrenta diariamente as correntes do rio, num ritual sagrado de supervivência. As memórias do Douro fluem por ele, enchendo-o de sabedoria ancestral e de respeito pelo ciclo da vida. O Douro, é um ser vivo, um deus às vezes benevolente, às vezes cruel. Ele é a vida que floresce às suas margens e, em troca do que lhe é oferecido, exige lealdade e devoção.

Com o passar do tempo o pescador enriquece, o rio deixa de ser o seu sustento e o tempo que passa junto a ele torna-se cada vez mais escasso. Sem o toque de Quim, o rio foi perdendo o seu caudal, foi encolhendo, e adoeceu. Mas, assim como a vida, o rio é implacável, e um dia chega o instante em que a dívida deve ser paga.

o que o festival tem a dizer

Nesta articulação cultural, levamos até ao Auditório de Espinho, um espaço de excelência cultural, uma das mais recentes criações do Teatro e Marionetas de Mandrágora. É fundamental para nós poder também apresentar o trabalho criativo desenvolvido pela nossa estrutura na cidade que habitamos. Este espetáculo é uma ponderação sobre a vivência junto à água, sobre a dimensão afetiva dos desejos, misturando realidade e sonho.

Teatro e Marionetas de Mandrágora

O Teatro e Marionetas de Mandrágora é uma companhia profissional de teatro de marionetas com direção artística de Clara Ribeiro e Filipa Mesquita e direção plástica de enVide neFelibata. A Companhia foi fundada a 2 de abril de 2002. Na simbiose de uma linguagem simbólica que conjuga o património e o legado tradicional com o pensamento e a dinâmica da sociedade contemporânea, num diálogo nem sempre pacífico surge um elemento fundamental, a marioneta. Este elemento apoia-nos na procura de uma identidade cultural própria.

O nosso objetivo é o de descobrir as potencialidades estéticas, plásticas, cénicas e dramáticas da marioneta em si mesma, como em relação com o ator e nessa descoberta explorar a dramaturgia que nos caracteriza: a de explorar a cultura, a crença e a lenda aliada à urbe, à exploração tecnológica e à velocidade da aldeia global. Ao longo do nosso percurso artístico têm sido diversas as propostas quer nos públicos; adulto, jovem, escolar e familiar; quer na formação de base ou especializada. Uma das nossas grandes apostas é a digressão nacional e internacional dos projetos. Descentralização, trabalho comunitário, criação em parceria e a valorização social e inclusiva são preocupações preponderantes no nosso quotidiano.

 

Ao longo destes 22 anos afirmámos a Companhia como uma estrutura de criação artística contemporânea através das dezenas de propostas de espetáculos apresentadas nacional e internacionalmente, quer sejam criações próprias, bem como em colaboração com outras estruturas e entidades culturais nacionais e internacionais.

Temos como premissa dar espaço à liberdade criativa da nossa equipa artística, garantindo a existência dentro da própria estrutura de várias linguagens e diversas visões que se unem num ponto comum do desenvolvimento da arte do teatro das marionetas. A ponderação sobre a problemática das fragilidades sociais e um olhar atento sobre tradições e sobre o património são as bases da dramaturgia da estrutura que se consolidam em olhares distintos, mas simultaneamente convergentes.

É fundamental o diálogo com os diferenciados públicos e a envolvência da criação nos distintos contextos e espaços, bem como a interceção entre entidades e estruturas, criando propostas multidisciplinares que visam sobretudo a comunicação artística com os públicos.

Salienta-se ainda a colaboração com inúmeros serviços educativos no programa de implementação de atividades em instituições como monumentos, museus e património edificado.

ficha artística

DIREÇÃO ARTÍSTICA E TEXTO Clara Ribeiro
CONSULTADORIA ARTÍSTICA Filipa Mesquita
INTERPRETAÇÃO Clara Ribeiro, Ricardo Falcão
DIREÇÃO PLÁSTICA enVide neFelibata
MARIONETAS enVide neFelibata
ADEREÇOS enVide neFelibata, Migvel Tepes
DESENHO DA CENOGRAFIA enVide neFelibata, Migvel Tepes
CONSTRUÇÃO DA CENOGRAFIA Migvel Tepes
MÚSICA CÉNICA Ricardo Falcão
DESENHO DOS FIGURINOS Clara Ribeiro, enVide neFelibata
CONSTRUÇÃO DOS FIGURINOS Beatriz Filomeno
DESENHO E OPERAÇÃO DE LUZ César Cardoso
FOTOGRAFIA DE CENA Ana Filipa Rodrigues
VÍDEO PROMOCIONAL Pedro Vieira
DESIGN enVide neFelibata
PRODUÇÃO EXECUTIVA Hélder David Duarte
PRODUÇÃO Teatro e Marionetas de Mandrágora
APOIO República Portuguesa - Cultura, DGARTES – Direção-Geral das Artes, Município de Espinho/Câmara Municipal de Espinho, Município de Gondomar
AGRADECIMENTOS Escola Básica do Souto

links


download

ARQUIVO IMAGEM GALERIA 133.5 MB
ARQUIVO IMAGEM FOI ASSIM 172.8 MB
MM25 - 377 X 210_OG-153.PNG 150.9 KB

foi assim

Mais uma vez o Auditório de Espinho – Academia, abriu as portas para uma parceria com o Festival Mar~Marionetas acolhendo este espetáculo num dia que mereceu também fortes considerações cívicas por parte de todos os cidadãos maiores de idade.

Apresentou-se num espaço cultural de excelência, demonstrando o universo artístico e dramatúrgico que a companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora desenvolve há muitos anos. Um pensamento alicerçado nos acontecimentos pessoais, na relação com a cultura e o território envolvente, no perpetuar de um imaginário de tradições presentes na cultura portuguesa, bem como numa ponderação social e exploração técnica da marioneta.

Se bem que este pescador habita um Rio, a presença da água, dos peixes, dos barcos, das margens em todo se assemelha à vivência quotidiana dos cidadãos deste território. Foi um espetáculo marcante ao nível de criação apresentada, e da sua extraordinária proposta estética e ao nível da afetação emocional que provoca num dispositivo acompanhado por música ao vivo e também ele complementado com a interpretação de língua gestual portuguesa.


^